quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Alice na Paris das cinco noites - Parte 10



No metrô, as meninas pareciam meio altas e conversavam muito entre si, deixando a mim e a Lucas mais à vontade para continuar nos conhecendo. 

Ele contou que saiu de um namoro de dois anos há pouco mais de seis meses e eu me enchi de coragem para contar a verdade. Talvez mais tarde. Rimos das piadas um do outro sobre seus ex-namorados e ele achou o máximo que eu havia me formado em francês. Tentei me diminuir, disse que estava bem enferrujada, mas não adiantou, ele me convenceu que eu devia me orgulhar desse fato. E acabo concordando. 

O Le Chat era um clube pequeno, no bairro festeiro do Quatier Latin e estava bem cheio para um dia de semana. Tinha muita gente na calçada, mas ainda havia espaço lá dentro. Encontramos uma mesinha alta que servia apenas para apoio de copos e as meninas foram buscar mais bebidas. A música era muito, muito boa. Nunca fui ouvinte assídua de jazz, mas a banda parecia tocar muito bem. Contagiava o ritmo dos instrumentos e realmente dava vontade de seguir a música.

Depois de pouco tempo no clube, eu entendi a ansiedade das meninas: Luisa tinha um paquera parisiense conhecido pela internet, que foi ao clube acompanhado de amigos. Realmente há vida fora da minha vida. Isso acontece no mundo real, e eu não fazia ideia Estou diante de outra história que eu só vejo em filmes. Minha desconfiança não me permite bater papo pela internet, nunca baixei a guarda para nada parecido. Mas vê-los conversando é desconcertante, parecem grandes amigos, conversam em inglês muito à vontade. E pensar que tudo começou em continentes diferentes. Eu tenho mesmo muito que aprender. Eles formaram rapidamente um grupinho e acabaram nos deixando de lado. O que eu acho muito bom.

A música era muito alta e cada vez tínhamos que falar mais perto. Já estava muito claro que eu estava gostando da sua companhia, eu estava à vontade, risonha, conversando e tocando no seu braço. Ele então aproveitou uma música mais lenta e passou o braço na minha cintura. Mesmo sabendo o que fui fazer ali, deu um frio na barriga e me vi sem saber onde colocar os braços. Estirei ao lado do corpo, feito um robô e esperei.

Ele resolveu o problema, me puxando para perto dele. Nossa... como o perfume dele era gostoso, como o abraço dele era apertado, como o cabelo dele era suave... ele me abraçou bem apertado. Eu retribuí e esperei. Ele começou a afastar a cabeça para trás lentamente, e me beijou. Devagar e indeciso, depois com vontade, com força. Procurei sua nuca e enterrei meus dedos naqueles cabelos lindos. Inspirei profundamente seu perfume. É bom, é um primeiro beijo, muito bom.

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