terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma casa portuguesa com certeza

Para a minha primeira refeição em Lisboa, procurei um restaurante que me parecesse bem típico. Eu queria algo bem local, simples e aconchegante.

Depois de descer na estação Cais do Sodré, eu fui em busca de algo assim em meio aos casarões, próximo à saída do metrô. Não precisei andar muito para encontrar o Restaurante Adega Triunfo. Pequeno, limpo, com apenas uma mesa ocupada e com um bacalhau com vegetais anunciado no cardápio a 8,50 euros, me ganhou.


Um senhor, que depois percebi ser o dono, se virou ao entrarmos e chamou o garçon, que antes mesmo de cumprimentar, já havia colocado na mesa pães e queijos frescos. O restaurante continuou vazio e, ao som do jogo de futebol que passava na televisão, demos conta da entrada acompanhada de um Borba, por sugestão da casa.

O bacalhau não demorou muito. Veio com folhas e batatas, tudo cozido no vapor e apesar de não ter molho ou outro acompanhamento, seu tempero era delicioso. Foi uma ótima primeira impressão da culinária local. Comemos muito, saímos satisfeitos e bem tontos depois de uma garrafa de vinho, tudo por 29 euros.




Mais tarde, quando estávamos terminando o almoço, a esposa do proprietário deixa a cozinha com seu prato na mão, nos cumprimenta e senta-se ao lado dele para almoçar também. Fala a verdade, é ou não é uma casa portuguesa com certeza?

Restaurante Adega Triunfo, Rua Bacalhoeiros, 127/129, próximo à Praça do Comércio.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pelo Tejo vai-se para o Mundo


Os portugueses o cantam nos fados, o exaltam nos poemas, o engrandecem na História. O Tejo é realmente encantador. Não há como negar a ele a condição de atração, de "monumento histórico" por excelência, carregando, incessantemente, infinitas histórias e lendas junto com suas águas, ao encontro do mar.



Quando desci na estação Cais do Sodré, pude vê-lo pela primeira vez. A partir de então me acostumei a estar com ele, a ele estar comigo. Passamos a ser companheiros, estivemos juntos em vários momentos, em vários lugares. Completando a santidade da Catedral da Sé, premiando a vista do pôr-do-sol no mirante, banhando a Torre de Belém, ele está sempre lá. Chega de mansinho, silencioso e oferece sua vista grandiosa, repleta, plena de paisagem e poesia. Não tem como não se encantar.


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

domingo, 21 de junho de 2009

Metropolitano de Lisboa


Assim como todas as grandes capitais da Europa, Lisboa tem um ótimo sistema de transporte público, capitaneado pelo seu metrô. Com ele, é possível alcançar diversos pontos da cidade de forma rápida e segura.

O metrô de Lisboa é considerado um projeto recente - foi inaugurado em 1959 - se comparado com outros sistemas, como o de Paris, construído em 1900, ou ainda o de Londres, que data de 1863. Por isso, ele não tem acesso direto a muitas atrações turísticas, como acontece nestas últimas capitais. Entretanto, ele permite alcançar as proximidades dos principais monumentos e traz outras vantagens por ser mais novo.

Uma delas é o fato de que suas instalações são mais modernas e confortáveis. As estações são, em geral, amplas, bem iluminadas, relativamente próximas à superfície (não há milhares de degraus separando a calçada da plataforma de embarque, o que significa uma ajuda enorme quando se carrega muitas malas ou sacolas). Outra vantagem é a de que os trens são novos e a rede é mais simples de entender e, portanto, de utilizar, porque ainda é pequena. Também pude ver seguranças em quase todas as estações, assim como pessoal da empresa responsável pelo metrô, sempre prontos para dar informações e tirar qualquer dúvida.

Algumas estações estão interligadas com terminais de outros meios de transporte. É possível pegar ônibus, trem e até barcos, para diversas localidades.

Durante a minha estada, estas estações foram muito importantes:

Jardim Zoológico -Linha azul: desta estação, é possível pegar um ônibus para o Santuário de Fátima, localizado na cidade de mesmo nome.

Entre Campos - Linha amarela:
daqui é possível pegar um trem para a cidadezinha de Sintra, com seus castelos e cafés que merecem uma visita.

São Sebastião - Linha azul: a estação tem uma saída que leva direto para o interior de uma enorme loja do El Corte Inglés, que te oferece todo o tipo de produtos, um ótimo supermercado, além de várias opções de refeições.

Cais do Sodré - Linha verde: peguei o metrô até lá e desci no antigo centro comercial da cidade, próximo ao Tejo, para apreciá-lo antes de almoçar um bacalhau bem gostoso em um restaurante típico próximo dali.

Também é a partir desta estação que é possível pegar um bonde elétrico para chegar ao Mosteiro dos Jerônimos, visitar a Torre de Belém, o Padrão dos Descombrimentos e até comer um Pastel de Belém quentinho.

Baixa-Chiado - interligação entre as Linhas azul e verde: permite que você saia da estação em meio aos casarões do centro histórico do post anterior, em uma das extremidades da área.

Oriente - Linha vermelha: a última estação desta linha leva ao Parque das Nações, que além de uma ótima estrutura de bares e restaurantes, abriga também o Oceanário de Lisboa, que, assim como tudo descrito acima, merece um post próprio.

Atualmente, por 1,10 euros, você compra um bilhete nas máquinas existentes nas estações. Encosta o cartão no sensor magnético da catraca (não é preciso introduzir o cartão, não) e a partir dali você pode descer em qualquer estação dentro de Lisboa. É permitido todo o tipo de baldeação. Mas atenção: guarde o seu cartão com cuidado, porque você vai precisar dele para sair da sua estação de destino. É preciso fazer o mesmo reconhecimento no sensor, para passar pelas catracas de saída.

Não tem segredo, com o "diagrama da rede do metropolitano" lá em cima, você está pronto para desvendar a cidade. Divirta-se!

Mais informações: http://www.metrolisboa.pt/

terça-feira, 16 de junho de 2009

Baixa e Chiado

No meu primeiro dia em Lisboa, fui correndo para o Centro Histórico. Antes mesmo de o hotel liberar nosso quarto, eu estava lá, vagando pelas ruas largas de pedra portuguesa. Amanhecendo junto à cidade, na sua porção antiga.

De manhã, não vi turistas, só pessoas que seguem para o trabalho ou idosos agasalhados lendo as notícias nos bancos de madeira do caminho. A cidade acorda. O elevador de Santa Justa está quieto, assim como tudo ao redor. Os restaurantes estão fechados, mas há cafés com pães frescos e quentes à espera.









Mas quando eu terminei o meu passeio do dia, depois de ter visto outras áreas, eu voltei. Visitei de novo as esquinas, as janelas, as luminárias, quando a cidade anoitecia.

Pela noite, há mesas nas ruas calçadas de pedras lisas e brilhantes. Onde mais cedo o senhor lia seu jornal, há jovens conversando, rindo alto. Há grande movimento de turistas e portugueses. As lojas estão abertas, assim como os restaurantes, agora com seus cardápios à disposição. Mas se a vontade é de comer um pãozinho quente acompanhado de um café fresquinho, só isso mesmo...também tem.





Os casarões são de estilo neoclássico e compoem um dos primeiros projetos de urbanismo da Europa, idealizado pelo Marquês de Pombal, após o terremoto de 1755. Não há estações de metrô em meio às ruas, apenas ao redor da região. Mas não há problema, aceite o convite, caminhe, aprecie, admire. As ruas possuem disposição quadriculada, é fácil se orientar.

Não importa a hora do dia: os casarões e os longos caminhos entre eles tem a mesma magia. Ali, a cidade convida a não ter hora, a não ter pressa. Seu compromisso é passear em meio à história presente em cada construção, em cada pedra do calçamento. Leve o tempo que precisar, há muito para ver e mais ainda para sentir. Naquele cantinho da velha Lisboa, todo o tempo que durar sua visita vai ser pouco, perto do período que ela está ali, aguardando por você.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Cama e teto

Como eu disse antes, cheguei em Lisboa bem cedinho, por isso achei melhor ir de táxi do aeroporto ao hotel. Fila de táxis na saída do aeroporto, português falante e simpático - o Luís - muitas informações sobre a cidade e uma corrida tranquila por 18 euros. Para quê melhor?

Essa e todas as demais chegadas e saídas que fiz na Europa ficaram a cargo da querida Luana, dona da Atlas Turismo, que além de cuidar com eficiência de toda a parte aérea da minha viagem, ainda tem muita paciência para me dar todas as cotações possíveis antes que eu possa decidir a viagem em definitivo. Obrigada, Lu! Essa é uma questão muito importante: ter um agente de viagens de confiança é muito útil, mesmo para quem quer viajar sozinho. Eu escolhi deixar minhas passagens aéreas por conta da Luana, mas mesmo que você se encarregue de tudo, ele pode te dar dicas sobre as melhores épocas para viajar, descolar hotéis maneiros, cuidar de um deslocamento que você achou que não ia ser necessário...enfim, é um apoio muito valioso.

Cheguei no hotel cheia de expectativa, afinal fiz a reserva independente de referência: pesquisei, gostei, reservei. E quer saber? Não me arrependi nem um pouquinho! O site dizia que ele havia sido reformado recentemente e assim parecia, estava tudo novo em folha. O nome dele é American Diamond's e, exatamente como eu havia visto, fica em frente à estação Picoas do metrô. Literalmente!


O hotel está realmente novo. O pessoal da recepção foi muito simpático, os quartos são amplos e confortáveis. Eu o encontrei com diárias em promoção no Booking, por 55 euros, incluído o café da manhã com pães de-li-ci-o-sos....servido no último andar do prédio, com vista para a Avenida Fontes Pereira de Melo e seus enormes prédios.





O único porém (que para mim não pesou muito, não) é que o hotel fica em uma região comercial. Assim, ao redor dele (quando eu digo isso, me refiro aos quarteirões vizinhos, mesmo), eu não encontrei muitas opções de cafés e restaurantes típicos e aconchegantes, como eu gosto. Mas isso não quer dizer que o turista vai ficar desamparado, não: a poucas quadras dele, há uma enorme loja do El Corte Inglés que, para quem não conhece, é uma super loja de departamentos que vende tudo que você puder imaginar e conta ainda com supermercado, café, lanchonete e restaurante, todos no térreo, com acesso direto a partir da estação de metrô São Sebastião. Bom, eu procuro sempre aproveitar a gastronomia do local onde estou, mas não posso deixar de avisar também da existência de uma Pizza Hut exatamente ao lado do hotel, até porque....er...ela me quebrou alguns galhos :)


Obs: Estadia em fev-mar/2009.

America Diamond's Hotel - Rua Tomás Ribeiro,47, 1050-226 Lisboa.

Bom dia, linda Lisboa...


Cheguei em Portugal de manhã bem cedinho. Flagrei a cidade acordando, desprevenida. Pude observá-la em seu ritmo mais calmo, mais lento. Parti direto para a região da Baixa e Chiado. Lindos casarões com enormes janelas, luminárias suspensas por suportes no formato de caravelas e enormes corredores de pedra portuguesa...largos, brilhantes... convidando para um desfile. A cidade dá as boas vindas, mesmo quando pega de surpresa. Ela diz que você é bem vindo e que pode ficar à vontade, afinal, a casa também é sua!

Passada a fase de apresentações, Portugal foi só diversão. Muita história, comida deliciosa, vinhos saborosos, gente simpática e preços muito camaradas. tudo me chama para voltar!

terça-feira, 9 de junho de 2009

E tudo começou...




Com certeza eu tive muita sorte. Assim que me veio à cabeça viajar à Europa, havia logo um amigo experiente para me fazer esquecer das excursões e agentes de viagem.


Achei simplesmente o máximo ser dona do meu roteiro, senhora dos meus horários. A programação da viagem, que muitos consideram a parte ruim de viajar por conta própria, eu considero divertidíssima! Fuçar as tarifas dos hotéis, estudar os mapas, consultar as dicas dos blogs...tudo isso já é o início da minha viagem!


Na minha primeira vez na Europa, eu confesso, fiquei bem nervosa. Nunca havia saído do país sem o apoio de uma excursão. Achei que ia me perder, que ninguém ia me entender falando em outra língua, que o cartão de crédito não ia funcionar e eu ficaria sem dinheiro...todas as neuroses possíveis.


Mas qual não foi a minha surpresa quando me vi andando sozinha pelas calçadas de Paris numa noite de inverno, indo buscar um lanche rápido na Mc Donald´s mais perto do hotel?


Eu fui descobrindo a beleza que correr aquele risco me trouxe. A experiência de me sentir mais um naquelas ruas, desfrutando o dia-a-dia da cidade.


Mas devo dizer, desde logo, que não conseguiria muita coisa sem meu companheiro de aventuras nas viagens e na vida. Meu marido (MM) é um companheirão e o melhor navegador que alguém pode querer. É só colocar um mapa na mão dele e foi! Você pode chegar em qualquer lugar!


Então, com meus cursos de língua (algumas lições de inglês e espanhol e um diploma de francês), com a orientação de MM e toda a nossa vontade de conhecer coisas novas, toda viagem vale a pena! Todos os micos viram diversão e todos os desencontros, novos encontros.


Assim é que eu marco o próximo encontro em Portugal, vamos começar a explorar a linda Lisboa.


Até a próxima! Boa viagem!

Inicial

Olá,

Meu nome é Larissa Lima e criei esse espaço, para compartilhar com todos que me conhecem e com quem mais quiser, todas as dicas para rodar pela Europa, aproveitando ao máximo a viagem com o mínimo de preocupação e com muita autonomia. Colecionando informações de todas as fontes, eu me lancei no continente europeu e viciei! Como cada vez mais pessoas procuravam informações sobre os passeios, destinos, meios de transporte e etc... resolvi postar aqui tudo o que tenho para oferecer sobre o assunto. E aí? Vamos zoropar?