quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pelas margens do Sena


Paris te dá várias opções de locomoção. Uma melhor que a outra.

Você usar o metrô. Com dezenas de estações e muitos quilômetros de trilhos, é um dos mais antigos da Europa e cobre praticamente toda a cidade. Com o mapa, de distribuição gratuita, na mão e alguns euros, você chega em qualquer lugar.

Você pode usar os ônibus. Opção desconhecida por mim (que sempre ando a pé ou de metrô), mas muito bem indicada pelos veteranos, como a Maria Lina do blog Conexão Paris. Este meio de transporte também te leva a qualquer lugar com a vantagem de descortinar a cidade para você, através de suas janelas.

Você pode alugar uma Vèlib. Já indiquei o post da Maria Lina aqui e imagino como deve ser agradável deslizar pela cidade em cima de duas rodas.

Você pode caminhar. Sem dúvida nenhuma, a melhor das três opções, porque além de te mostrar a cidade, te permite experimentá-la. Você pode parar nas lojas interessantes, registrar paisagens únicas e viver a cidade mais de perto.

Agora, dentre os muitos caminhos possíveis dentro da cidade, não esqueça das margens do Sena. Além de ser um passeio muito agradável - sempre tem uma brisa gostosa acompanhando seu curso - ele oferece ainda dois atrativos.

O primeiro são as pontes. Várias, lindas, antigas, rebuscadas, simples, famosas, comuns. Todas elas tem seu charme e te levarão a algum lugar conhecido ou a descobrir.

O segundo são as banquinhas de comércio, instaladas em alguns pontos ao longo do rio. Passei por várias dessas lojinhas e encontrei nelas muitas coisas interessantes. Foi em um desses passeios que comprei a maioria dos quadros que hoje enfeitam as paredes da minha sala. Eu estava indo do Louvre à Saint Chapelle e passei por uma banca repleta de telas. A vendedora me explicou que era um grupo de artistas que se juntaram para vender suas produções no mesmo lugar. Também encontrei, em outros pontos, cartazes com ilustrações antigas, promovendo shows ou cafés famosos na cidade, há décadas atrás. Enfim, um souvenir peculiar.

Passear em Paris é sempre bom, mas se puder, aceite a companhia do Sena. Você vai gostar.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Le Jardin de Luxembourg


Eu estava passeando. Mais um daquelas caminhadas, flanando por Paris. Entrava em rua, saía de rua, parava para olhar uma vitrine, reparava num prédio mais bonito e de repente as placas indicam que se eu seguir em frente, chegarei ao Jardin de Luxembourg. Vamos seguir o destino, não é mesmo?


Não conheço o Jardin de Tuileries (pecado) mas já me contaram que é muito semelhante a esse aqui. É uma extensão imensa entre prédios, bosque e caminhos de terra batida. Dentro dele funciona o Senado Francês em um prédio lindo de viver (o Palais de Luxembourg), e em volta dele encontramos canteiros, estátuas, bancos e fontes.


Em um banco à sombra do bosque, ficamos contemplando o sol se pôr. O parque estava cheio, muita gente lendo, conversando, namorando ou só contemplando.


Foi engraçado, porque recebemos uma ligação de um casal de amigos nesse momento. Não podia haver melhor hora. Descrevemos esse lugar lindo e a sensação que estávamos experimentando, naquele momento. Depois de um tempo ali acomodados, resolvemos dar uma volta e ver o resto do jardim. Pouco depois de caminhar um pouco e tirar algumas fotos, começamos a ouvir apitos, vindo de todos os lados. Imediatamente, as pessoas se levantaram e começaram a ir embora. Eram os guardas, avisando que o jardim ia fechar. Eram cinco horas da tarde.

De lá, seguimos para a estação de metrô mais próxima e no caminho, parada para um crepe quentinho, para arrematar essa tarde tão gostosa e esquentar o corpo e o coração.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lisboa te diz


Eu já disse que Lisboa é fofa? Não? Pois digo agora, Lisboa é muito fofa.

A cidade tem pontos lindos, com igrejas antigas, casinhas charmosas, azulejos pintados decorando fachadas, gradis enfeitando varandas, roupas brancas balançando nos varais. Tudo te dizendo para relaxar e ficar à vontade.


Em cada esquina tem um sorriso amistoso, alguém disposto a papear e muita simpatia, seja para você comprar algo em uma loja, seja para te contar as belezas e proezas da cidade e do país. Tudo te dizendo para você conhecer mais.


Em todo lugar tem um pão fresquinho maravilhoso, ou um bacalhau muito bem feito, acompanhado de um vinho de qualidade. Tudo dizendo para você se deliciar.


Em cada detalhe há referências às Grandes Navegações e à importância que essa época teve para o país: nos desenhos das pedras portuguesas, nas calçadas; nos suportes das luminárias nas ruas; nos nomes das estações de metrô. Tudo te dizendo para você não esquecer.

Te digo, agora, Lisboa é fofa demais :)


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Guia



Esses dias vi um anúncio de guia por Paris. Um guia que te acompanha, ele não te leva, não te transporta, ele te acompanha. Promete conhecer muito da cidade e te instruir sobre os melhores lugares, para visitar, comprar e comer.


Deixa eu falar uma coisa. Eu acho isso um mau negócio para os turistas.


Desculpem-me os guias, mas eu acho mesmo uma furada.


É claro que cada um tem um estilo de viagem e de repente a sua viagem é essa. Mas a viagem que eu gosto e prego, não tem nada a ver com isso, não. E eu explico já, porque:


1) Paris é uma cidade MUITO, mas MUITO fácil de andar. Não tem erro.


2) A grande maioria dos pontos turísticos (se não todos eles, porque eu não conheço tudo) contam com acesso privilegiado. Você não faz nenhum esforço para alcançá-los.


3) A cidade é muito gostosa e oferece zilhares de opções para comer e comprar. Eu não perdi meu tempo em nenhum lugar que escolhi para comer na cidade (e olhe que eu fiz isso em vários lugares diferentes). Tudo bem, há lugares bons e outros melhores, mas para mim, faz parte da viagem descobrir essas opções e carregá-las para sempre no coração como uma feliz descoberta.


4) Como eu disse antes, estou falando do meu estilo de viagem e nele não tem muito espaço para compras. Eu sempre gosto de procurar coisas diferentes, mas elas surgem no caminho dos meus passeios. Não perco um dia inteiro à caça de coisas para comprar (já fiz isso! Never more!), por isso, não me interesso por endereços de compras.


5) Além disso, viajo sempre com meu marido. Não quero uma terceira pessoa nesses momentos. É muito bom curtir a nossa intimidade e fazer as coisas no nosso tempo, do jeito que quisermos.


Por essas e outras, acho uma furada pagar dezenas de euros pela companhia de uma pessoa que promete te mostrar lugares legais, numa terra repleta deles. C’est pas nécessaire.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Coca-cola


Coca-cola, em versão normal ou zero. 4 euros. Em um bistrô em Paris, pertinho de você.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Em um bistrô em Paris...


Sentada junto à janela do bistrô, com o almoço e uma taça de vinho, dá para ver a vida parisiense passar:


Passa a senhora apressada, com o casaco voando ao vento e os olhos no chão. Tinha ares de mãe de família, pensando nos afazeres que lhe esperavam.


Passa a mocinha bonita. Com suas pernas longas combinando a cor das meias com o suéter do cachorro, afinal, estava frio.


Passa o casal de namorados. Ah! Isso é tão Paris... beijinhos e cochichos a caminho da felicidade.


Passa o turista. Perdido, consultando seu mapa, procurando as placas, aéreo.


Passam as amigas conversando. O francês é rápido e pronunciado com força. Parece haver problemas com o marido ou seria o irmão? Não dá para saber. Seguem alheias a tudo à sua volta.


Passa a senhorinha. Carrega sua sacola de compras, com frutas e verduras. Quando vejo os idosos, sempre me pergunto: será que sempre moraram aqui? Quanto será que presenciaram da História?


Passa o casal de meia-idade no carro de luxo. Só mesmo alguém com muito dinheiro e com muito tempo e paciência ainda percorre de carro as ruas de Paris.


Passa o imigrante. Com suas roupas simples e o olhar curioso. A esperança vem logo atrás, na mesma calçada.


Passa a mocinha descolada. Aquela que vive Paris, nas roupas, no cabelo, nas unhas, no mp3 player. Ela tem sorte de ser de lá e sabe disso.


Passam as horas, passa o dia, passa o tempo. Só não passa a minha vontade de continuar em Paris.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fish and chips


Essa combinação, típica de Londres é vendida em todo lugar. Quando me vi com fome, com pressa e sem grana, nem pensei duas vezes, resolvi dançar conforme a música londrina.


Tínhamos acabado de sair da Tower of London quando vimos duas lojinhas pequenas anunciando o prato. Não sei qual a impressão em outras partes da cidade, mas aquele prato estava delicioso. O filé de peixe era alto e estava impecavelmente limpo e macio. As batatas eram grandes e suculentas. A porção era generosa e não deixou espaço para fome. Estava tudo maravilhoso. A coca gelada veio arrematar a experiência. Muito bom.


Hoje sou naturalista e vegetariana. Quando retornar a Londres, com certeza vou ter que procurar um pouco mais por um local para comer. Mas não posso negar que, na época, eu achei fish and chips em Londres um sucesso!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bonjour, Paris!


Falar de Paris nem sempre é fácil. Temos muitos clichês para utilizar na descrição: é linda, histórica, charmosa (esse é bom!), romântica etc.


Mas mais do que isso, Paris é radiante, glamourosa, alegre e apaixonante.


Conversando com uma amiga que teve a feliz oportunidade de conhecê-la pessoalmente, ela compartilhou comigo desse sentimento: Paris irradia felicidade.


Claro, se você esteve por lá durante um momento ruim da sua vida, ou aconteceu algo lá, que te trouxe muita tristeza, o caso é outro, afinal, como já falei antes, nós fazemos nossa viagem.


Mas se você tem a oportunidade de chegar em Paris bem, com o intuito de desvendá-la e com o coração aberto... aproveite. Permita-se perceber como ela é praticamente um ser vivo, que te transmite as melhores vibrações.


Quando eu era pequena, perguntei uma vez a meu pai se o mar era um ser vivo. Eu ouvia tantas músicas e poemas referindo-se ao mar, que me perguntei se ele, por si só, era uma entidade. Meu pai me deu uma resposta linda, que eu nunca esqueci: ele disse que o mar era vivo, sim. Que ele vivia através dos animais, das plantas e dos corais que existiam nele. Através de todos aqueles seres vivos, que juntos, o compunham, ele existia, como “o mar”.


Acredito que aconteça o mesmo com Paris. Quando reunimos todas as pessoas que ali estão - e você faz parte desse conjunto, quando lá está - Paris vive através delas. A cidade empresta seus lindos prédios, suas cicatrizes históricas, suas ruelas, o Sena, suas pontes e, todos os dias, o nascer e o pôr-do-sol para que todos juntos dêem vida a ela.


E se você se permitir e sentir a vibração de surpresa, admiração, amor, felicidade, paixão, tranqüilidade e tudo mais de bom que a maioria das pessoas por lá, costumam sentir, vai entender do que eu estou falando.

Deixe Paris vibrar através de você. Você não vai se arrepender, certo Mari?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fado em Lisboa



Uma das coisas que eu fazia questão de ver em Lisboa era uma apresentação de cantores de fado. Procurei nos blogs algumas indicações de lugares mais simples e espontâneos, daqueles onde canta toda a família, sabe? Elegi uma das casas e saí um dia à caça dela. Qual não foi minha decepção quando não consegui encontrá-la. Como tinha escolhido apenas essa, não levei o endereço de outras e fiquei sem opção.


Mas não desisti, voltei ao hotel e peguei um dos folders disponíveis em cima do balcão. Eu sei, eu sei que seria uma casa para turistas, que não se vê a essência portuguesa nessas casas etc. Mas quer saber? Eu adorei. Ainda vou encontrar uma casa menor e mais familiar, como a gente ouve falar que é a cara de Portugal. Mas o Velho Páteo de Sant’ana foi um dos melhores restaurantes onde já comi. Fomos muito bem atendidos desde a chegada, saboreando um cálice de vinho do porto antes mesmo de entrar no salão, uma vez que um dos três cantores que se apresentariam naquela noite estava cantando e, segundo o garçom, as luzes são reduzidas e a circulação de pessoas também. Enquanto isso, podíamos já escolher os pratos principais, para que fossem adiantados na cozinha.


Depois disso, seguiu-se uma noite agradabilíssima, com ótimas apresentações, pratos de-li-ci-o-sos (o melhor bacalhau que já provei), muita atenção do garçom e lindas lembranças.


Meus pais também tiveram oportunidade de experimentá-lo e retornaram com a mesma impressão.


Gastei um pouco mais do que pretendia, mas como diz meu pai: as coisas só são caras quando não gostamos, e nesse caso, valeu muito a pena.