terça-feira, 27 de outubro de 2009

Reino de Portugal



Há um Reino, não muito distante. Um reino encantado de lendas e histórias. De conquistas e vitórias.

O tempo passou, mas seu encanto ficou. Lindos prédios e igrejas, praças e passeios, banhados pelo lindo Tejo.

Houve tempos difíceis, de dúvidas e incertezas. E com isso, sua força se mostrou com mais clareza.

Sua nobreza agora tem outra face: são senhorinhos e senhorinhas por toda parte.

Mas a nova nobreza já desponta e sabe o que virá por sua conta.

Manter tanta beleza e encanto, hoje e ao longo dos anos.

E adivinha só: um pedacinho desse reino também é meu, também é seu.

Quem mora lá, fala de um jeito que a gente entende. E do mesmo modo, todos os escritos a gente compreende.

Não dá para negar, é bom, é muito bom e para lá eu quero voltar.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Carnaval em Lisboa

Minha estada em Portugal foi durante o período de carnaval, esse ano. Eu escolhi a terça-feira, para visitar o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém.

Fez um dia lindo, céu azul e muito sol.

Quando eu comecei a circular ao redor da Torre (que vai ser melhor visitada aqui, juntamente com o Mosteiro), pude ver aqui e ali crianças fantasiadas, lindamente fantasiadas, diga-se de passagem.
Quando cheguei ao Padrão dos Descobrimentos me deparei com essa linda joaninha abaixo correndo feliz :) Até então, eu estava achando tudo uma feliz coincidência.

Mas quando alcancei a Fábrica dos Pastéis de Belém, pude ver, na praça em frente, uma e-nor-me festa de carnaval! A praça estava cheia, as crianças fantasiadas, muitos animais de estimação, banquinhas de lanches e refrigerantes, vendedores de brinquedos, todos ao som de bandas aqui e acolá.
Foi uma festa só. E nós, como em relação a tudo nessa cidade, nos sentimos convidados e arrumamos um lugarzinho na grama para apreciar. Uma passadinha rápida na fabrica de pastéis e ficamos sentados à sombra, com Pastéis de Belém quentinhos, só apreciando.

Era uma festa de cores, risos e música. Havia alegria no ar. O sentimento era de confraternização. Todos naquela praça eram meio que conhecidos uns dos outros, a conversa brotava fácil, da curiosidade em relação à fantasia do outro, ou do carinho feito no animal de estimação alheio, tudo propiciava o sorriso, a amizade.

E aqui há mais um ponto forte de realizar sua viagem por conta própria: como o roteiro era nosso, nos integramos à festa. Já havíamos visitado o que queríamos e decidimos que o dia ia ser de carnaval, ali mesmo, naquela festa que apareceu no nosso caminho :)



Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, mas quando o sol começou a se despedir e a temperatura a baixar, resolvemos levantar o "acampamento", afinal ainda tínhamos dois percursos para percorrer, um de bonde e outro de metrô, até chegar no hotel.




O mais difícil foi se despedir desse leãozinho lindo, que deixou cair a juba presa com velcro, logo que chegamos, mas que não perdeu a graça e a simpatia enquanto brincava com a família, instalada ao nosso lado durante toda a tarde.
Foi um carnaval lindo. Sem trios elétricos, samba ou frevo. Mas foi lindo, de um jeito português.



domingo, 18 de outubro de 2009

Viagem pelo cinema



Viajar para mim é sempre bom. Seja comprando minha passagem e pisando em terras estrangeiras, seja lendo um bom livro ou vendo um bom filme.

O filme acima foi uma agradável supresa, trazida por um amigo de trabalho. É uma história leve e agradável, que faz você se sentir melhor ao conferir o final :) Mas ele tem um ponto especial: as paisagens indescritíveis da linda província de Siena, na Itália. Mais do que acompanhar a trajetória dos personagens, ele te permite se transportar e conhecer um pouquinho daquela região tão linda. É de encher os olhos, e o coração de expectativa de viver dias tão lindos.

Essa é aliás uma forma muito eficiente de definir destinos. Experimentá-los de diversas formas, antes de pisar lá, pode acabar sendo muito gratificante.

A crítica não gostou tanto quanto eu, mas no fim de tarde de domingo, com uma garrafa de vinho e um queijo bem gostoso, ele se encaixou muito bem.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Parque Güell

Declarado Patrimônio da Humanidade, o Parque Güell foi concebido para ser um condomínio residencial em meio à natureza, povoado por obras e casas de Gaudí. O nome vem Eusebi Güell, mecenas de Gaudí. Não consegui encontrar explicações para não ter sido este o final deste empreendimento que hoje é um parque bem arborizado com duas únicas casas, uma das quais abriga o Museu de Gaudí.


O Parque é lindo e bem grande. Como deveriam, as obras de Gaudí estão integradas à natureza, e formam um conjunto muito agradável. O destaque fica para a Salamandra - praticamente um símbolo da cidade, em referência à Gaudí - que depende da espera em uma fila, para conseguir uma foto ao seu lado.


E para a Sala Hipóstila, um grande salão com 86 colunas e um teto completamente coberto de mosaicos. Bé-lis-si-mo.


O Parque tem entrada franca, apenas a entrada no Museu de Gaudí depende de ingresso, que pode ser adquirido juntamente com outras atrações da mesma natureza. Eu paguei em dezembro de 2007, 9 euros pelas entradas na Catedral da Sagrada Familia e no Museu Gaudí.


Não há estações de metrô no Parque, mas você consegue chegar bem próximo dele e seguir caminhando, o que permite um passeio bem agradável, por ruas tranquilas e com algumas opções de lojas e restaurantes.

O Parque vale a visita, para apreciar as obras de Gaudí, para sentar nos seus bancos elevados e apreciar a Sagrada Familia vista de longe, para ver os pombos banharem-se nas fontes, para passar o tempo em meio a tanta arte e tanto verde. Vale muito a pena.

Tempo, tempo.



O tempo é algo precioso, mesmo, não é? E por saber disso, eu não perco um minuto sequer. Ando correndo muito para alcançar algumas metas pessoais e aí o tempo ficou realmente escasso. Mas nada que não se ajuste com... o tempo :)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Viajando em Paris


Eu adoro blogs de viagem, ou sobre os destinos. Eles me acompanham sempre, nas minhas viagens. Esta semana, a Maria Lina do Conexão Paris publicou um post muito interessante com o passo-a-passo da locação de bicicletas Vèlib em Paris. Nunca loquei nenhuma, mas vontade não falta :) O texto tira todas as dúvidas e traz mais algumas dicas especialmente para nós, turistas. Confiram tudo aqui.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Gaudí


Chamado de arquiteto da natureza, Gaudí foi, com certeza, um dos maiores nomes da arquitetura do século passado.

Escolher Barcelona como um dos destinos da minha primeira viagem à Europa, teve o nome dele por trás. Eu queria muito apreciar suas obras, mas eu não tinha idéia de como isso seria especial.

Nascido Antoni Gaudí, na Catalunha, em 25 de junho de 1852, ele ficou conhecido por seus projetos peculiares. São criações modernas - até hoje - com fachadas inovadoras, repletas de detalhes que nos lembram movimento, dinamismo. A partir de 1902, suas obras deixaram de ser enquadradas em um estilo convencional.

Basta andar pela cidade para apreciar a obra dele. Além dos prédios e do Parque Güel, tudo respira seu talento. Há souvenirs, cartazes, miniaturas de suas criações, em todos os lugares.

Não pude visitar todas mas vou descrever aqui as principais, que tive o enooorme prazer de conhecer.

Pelas Ramblas




Outro programa muito especial em Barcelona é o mesmo que encontramos em Paris, em Londres e em várias outras cidades européias: andar :)

A cidade é linda, muito organizada e com uma arquitetura singular. Os prédios datam de várias décadas do século passado e transformam uma caminhada pelas suas calçadas em um espetáculo bonito de se ver.

Eu costumo fazer isso: escolho uma estação de metrô, desembarco e começo meu passeio sem destino. É desse jeito que descubro restaurantes, cafés, lojas mil, monumentos e tantos outros atrativos que os guias de viagem não trazem.

Em Barcelona não foi diferente. Várias vezes eu deixei de pegar o metrô e fui caminhando entre um destino e outro, e posso garantir: vale muito a pena.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Barrio Gótico


O Bairro Gótico fica na parte antiga de Barcelona. Formado por um labirinto de ruas estreitas, ele é simplesmente mágico. Eu tive a sorte de me hospedar nesse museu a céu aberto e de acordar em meio a toda essa história, incrivelmente conservada.



Aquela área é habitada desde antes da ocupação da região pelo Império Romano, contando com contribuições arquitetônicas de todas as épocas históricas até os dias atuais. Muito do que restou, data da Idade Média, como a imensa Catedral de Barcelona, erguida no mesmo local de templos anteriores, e que, como tudo que é importante, merece um post só seu.


Não há qualquer orientação para esse passeio: basta estar lá para se encantar. Não há ingresso, nem horário de abertura ou de fechamento. Você pode tirar fotos e tocar nas obras. É um museu especial :)

Caminhando, se perdendo, se encontrando, parando de vez em quando para olhar para cima :) assim eu fui passando boa parte do dia. Não bastasse todos os monumentos que podemos encontrar lá, ainda há muitos restaurantes, cafés e lojas de todos os tipos.

Infelizmente, na minha estada em Barcelona, não andei tanto pela cidade, como gostaria, mas sem dúvida nenhuma, minha exploração pelo Bairro Gótico, já valeu a viagem!

Paredões de pedra, torres, passarelas entre os imóveis, você não vai esquecer, nem por um minuto, que está em um lugar especial, que muito já se passou ali, que a História deixou seus traços e você é convidado especial para desvendá-los, aproveite!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cama e teto

Como eu disse, cheguei em Barcelona à tarde e, depois de uma passada no balcão de informações do aeroporto, fui informada que não há interligação do metrô com o aeroporto :( Outra saída era pegar um ônibus e descer próximo ao hotel, percorrendo o resto do caminho a pé. Mas havia um detalhe que o moço das informações não sabia: era minha primeira viagem pela Europa e eu já havia passado por Paris :) Minhas malas eram muuuito, mas muuuito grandes... (não preciso dizer que minha filosofia é outra hoje, não é?) o fato é que eu fiquei com medo, e com preguiça também, de tentar me orientar em uma cidade desconhecida com aquela mudança.

Procurei os táxis onde o moço da informação indicou e negociei antes de entrar, que a corrida devia ficar em torno de 30,00 euros. E assim foi. Por 28,60 euros eu cheguei na Calle Ferran, em pleno Bairro Gótico, na entrada da rua, porque no horário em que chegamos não era permitido o trânsito de carros, mas bem ao lado do hotel.

Este hotel foi indicação de um grande amigo, anos-luz mais escolado que eu em viagens, que me deu todas as dicas e me colocou no mau caminho de desembarcar de uma, pensando na próxima!



O hotel se chama Rialto, foi a casa onde nasceu o artista plástico Miró. Além das ótimas instalações - quartos confortáveis, amplo banheiro, TV de LCD - a localização também merece aplausos. A rua é repleta de pequenas lojas, incluindo cafés e restaurantes. Tudo por 125,00 euros a diária, sem café da manhã.








À esquerda da saída do hotel, a alguns metros, alcança-se a Rambla dels Caputxins, com estações de metrô, mais lojas e mais restaurantes e andando mais um pouco...pela rambla.... uma enooorme loja do El Corte Inglés! Ela que me abrigou em tardes divertidíssimas entre seus corredores!

O hotel fica no Bairro Gótico, que é um bairro histórico da cidade e merece um post todo seu.

Não me faltou nada na minha estada por lá. Eu conseguia me deslocar a todos os pontos turísticos que queria, comia com facilidade e até comprei lembrancinhas para muitos, tudo nas proximidades do hotel. E como o blog é para ser de utilidade pública, vale informar que na esquina da rua com a rambla tem uma loja da Mc Donald’s esperando por você para qualquer emergência, ou só para apreciar uma comidinha conhecida por um precinho camarada :)
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Obs. Estadia em dez/2007.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Bella Barcelona

Cheguei em Barcelona no meio da tarde, no meio da agitação de um dia de semana. Havia muita gente na rua, aparentando indiferença aos 12 graus que marcavam os termômetros naquele dia.
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Deu para sentir que ritmo da cidade é único, peculiar. Ela pulsa de uma forma diferente da que pude experimentar em outros lugares. Seus habitantes não são mais ágeis que os franceses, quando driblam qualquer obstáculo na sua pressa costumeira; nem falam mais que os portugueses na sua ânsia de serem hospitaleiros. Eles são...espanhóis :) Acolhedores, agitados, educados (sempre há exceções, como aqui no Brasil, onde há muitos exemplos...), atenciosos, calorosos. Um povo muito, muito especial.

A Espanha me deu as boas vindas com que havia de melhor e me deixou partir com gostinho de quero mais. Desvendar as ramblas, se perder pelo Bairro Gótico, apreciar a obra de Gaudí... tudo foi maravilhoso e tenho certeza de que ainda há muito mais.



Créditos

Bom pessoal, antes de desvendar a belíssima Barcelona, tenho que esclarecer algo importante. Nenhuma das fotos colocadas aqui no blog tem indicação de fonte porque, até agora, todas elas saíram dos nossos arquivos de viagem. Mas o mais importante é que, em sua grande maioria, elas foram clicadas pelo talentosíssimo MM! Meu Marido, para quem não conhece, aperfeiçoou esse dom nas nossas andanças pela Europa e permitiu que o blog fosse tão recheado de lindas paisagens. Quero aqui homenagear o melhor companheiro de viagem do mundo!





Alteração de rota

Como eu disse antes, proposta do blog é mostrar um pouquinho da Europa desvendada por conta própria. E como essa forma de viagem rende muitos, mas muitos lugares interessantes que merecem ser mostrados, cada cidade vai oferecer muitas publicações por aqui. Por isso, vou alterando a rota aos pouquinhos para conseguir mostrar com mais dinamismo todos os destinos :)

E então, vamos zoropar pela Espanha agora?

Nos vemos em Barcelona, boa viagem!

sábado, 11 de julho de 2009

Miradouro de Santa Luzia


E no caminho da Catedral da Sé, havia um mirante, havia um mirante, no caminho da Catedral da Sé :) Esse é o "Miradouro de Santa Luzia", que eu encontrei assim, meio que por acaso, no caminho da igreja. Um grande balcão, adornado por várias colunas e debruçado sobre o Tejo.

Juntinho dele, fica a igrejinha que lhe dá nome, mas que estava fechada quando passei por lá. Ainda assim, deu para apreciar os ajulezos antigos que enfeitam a sua lateral.


Mas quando alcançamos a bancada, a visão é essa: um mar de telhadinhos vermelhos indo de encontro ao Tejo, que ao pôr-do-sol, se mistura com céu e parece não ter mais fim. Vale a pena encostar por lá e experimentar a sensação de que o tempo não passa...

domingo, 5 de julho de 2009

A Catedral da Sé


A Catedral da Sé é uma linda igreja, cuja construção levou 76 anos e ocorreu no século XII. Ela fica no alto, no caminho do Castelo de São Jorge, entre os bairros da Baixa e Alfama e como todos os monumentos do período, tem arquitetura e acabamento belíssimos. Ela resistiu a quatro terremotos, tendo sido elevada a Catedral Metropolitana de Lisboa por D. João I, em 1393.


Sua nave é grandiosa, condizente com a filosofia do período, que nos lembrava a grandeza da santidade frente aos homens, meros mortais. Em uma de suas capelas está a pia batismal onde Santo Antônio recebeu o sacramento, que data do século de construção da Catedral.


Por 2,50 euros você pode visitar o claustro que só acho interessante para quem, como eu, é apaixonado por monumentos históricos pela sua...história :) O claustro consegue ser mais sóbrio que o restante da igreja, possui muitos túmulos, alguns do século XIV, e uma escavação arqueológica em andamento, onde é possível ver construções, em diversos níveis, dos mais diferentes períodos, todos indicados em um grande painel à frente do exato local. Devo dizer que esta parte reservada da igreja é linda pela beleza de sua história.


Seja pelo seu valor histórico, pela sua grandiosidade, ou pela beleza sóbria, a Catedral da Sé vale a visita. Como eu já disse antes, ela fica no caminho do Castelo de São Jorge, mas também está próxima da Igreja de Santo Antônio e do mirante de Santa Luzia. De acordo com o site de turismo de Lisboa, você pode chegar até ela através do ônibus número 37 ou dos bondes elétricos número 12 e número 28. Eu cheguei lá andando, passeando depois do almoço e por isso sei tudo que há ao redor da igreja, e, pelo tempo que levei para chegar lá, ganhei de brinde uma linda vista do pôr-do-sol, com participação especial das torres da Catedral da Sé :)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma casa portuguesa com certeza

Para a minha primeira refeição em Lisboa, procurei um restaurante que me parecesse bem típico. Eu queria algo bem local, simples e aconchegante.

Depois de descer na estação Cais do Sodré, eu fui em busca de algo assim em meio aos casarões, próximo à saída do metrô. Não precisei andar muito para encontrar o Restaurante Adega Triunfo. Pequeno, limpo, com apenas uma mesa ocupada e com um bacalhau com vegetais anunciado no cardápio a 8,50 euros, me ganhou.


Um senhor, que depois percebi ser o dono, se virou ao entrarmos e chamou o garçon, que antes mesmo de cumprimentar, já havia colocado na mesa pães e queijos frescos. O restaurante continuou vazio e, ao som do jogo de futebol que passava na televisão, demos conta da entrada acompanhada de um Borba, por sugestão da casa.

O bacalhau não demorou muito. Veio com folhas e batatas, tudo cozido no vapor e apesar de não ter molho ou outro acompanhamento, seu tempero era delicioso. Foi uma ótima primeira impressão da culinária local. Comemos muito, saímos satisfeitos e bem tontos depois de uma garrafa de vinho, tudo por 29 euros.




Mais tarde, quando estávamos terminando o almoço, a esposa do proprietário deixa a cozinha com seu prato na mão, nos cumprimenta e senta-se ao lado dele para almoçar também. Fala a verdade, é ou não é uma casa portuguesa com certeza?

Restaurante Adega Triunfo, Rua Bacalhoeiros, 127/129, próximo à Praça do Comércio.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pelo Tejo vai-se para o Mundo


Os portugueses o cantam nos fados, o exaltam nos poemas, o engrandecem na História. O Tejo é realmente encantador. Não há como negar a ele a condição de atração, de "monumento histórico" por excelência, carregando, incessantemente, infinitas histórias e lendas junto com suas águas, ao encontro do mar.



Quando desci na estação Cais do Sodré, pude vê-lo pela primeira vez. A partir de então me acostumei a estar com ele, a ele estar comigo. Passamos a ser companheiros, estivemos juntos em vários momentos, em vários lugares. Completando a santidade da Catedral da Sé, premiando a vista do pôr-do-sol no mirante, banhando a Torre de Belém, ele está sempre lá. Chega de mansinho, silencioso e oferece sua vista grandiosa, repleta, plena de paisagem e poesia. Não tem como não se encantar.


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

domingo, 21 de junho de 2009

Metropolitano de Lisboa


Assim como todas as grandes capitais da Europa, Lisboa tem um ótimo sistema de transporte público, capitaneado pelo seu metrô. Com ele, é possível alcançar diversos pontos da cidade de forma rápida e segura.

O metrô de Lisboa é considerado um projeto recente - foi inaugurado em 1959 - se comparado com outros sistemas, como o de Paris, construído em 1900, ou ainda o de Londres, que data de 1863. Por isso, ele não tem acesso direto a muitas atrações turísticas, como acontece nestas últimas capitais. Entretanto, ele permite alcançar as proximidades dos principais monumentos e traz outras vantagens por ser mais novo.

Uma delas é o fato de que suas instalações são mais modernas e confortáveis. As estações são, em geral, amplas, bem iluminadas, relativamente próximas à superfície (não há milhares de degraus separando a calçada da plataforma de embarque, o que significa uma ajuda enorme quando se carrega muitas malas ou sacolas). Outra vantagem é a de que os trens são novos e a rede é mais simples de entender e, portanto, de utilizar, porque ainda é pequena. Também pude ver seguranças em quase todas as estações, assim como pessoal da empresa responsável pelo metrô, sempre prontos para dar informações e tirar qualquer dúvida.

Algumas estações estão interligadas com terminais de outros meios de transporte. É possível pegar ônibus, trem e até barcos, para diversas localidades.

Durante a minha estada, estas estações foram muito importantes:

Jardim Zoológico -Linha azul: desta estação, é possível pegar um ônibus para o Santuário de Fátima, localizado na cidade de mesmo nome.

Entre Campos - Linha amarela:
daqui é possível pegar um trem para a cidadezinha de Sintra, com seus castelos e cafés que merecem uma visita.

São Sebastião - Linha azul: a estação tem uma saída que leva direto para o interior de uma enorme loja do El Corte Inglés, que te oferece todo o tipo de produtos, um ótimo supermercado, além de várias opções de refeições.

Cais do Sodré - Linha verde: peguei o metrô até lá e desci no antigo centro comercial da cidade, próximo ao Tejo, para apreciá-lo antes de almoçar um bacalhau bem gostoso em um restaurante típico próximo dali.

Também é a partir desta estação que é possível pegar um bonde elétrico para chegar ao Mosteiro dos Jerônimos, visitar a Torre de Belém, o Padrão dos Descombrimentos e até comer um Pastel de Belém quentinho.

Baixa-Chiado - interligação entre as Linhas azul e verde: permite que você saia da estação em meio aos casarões do centro histórico do post anterior, em uma das extremidades da área.

Oriente - Linha vermelha: a última estação desta linha leva ao Parque das Nações, que além de uma ótima estrutura de bares e restaurantes, abriga também o Oceanário de Lisboa, que, assim como tudo descrito acima, merece um post próprio.

Atualmente, por 1,10 euros, você compra um bilhete nas máquinas existentes nas estações. Encosta o cartão no sensor magnético da catraca (não é preciso introduzir o cartão, não) e a partir dali você pode descer em qualquer estação dentro de Lisboa. É permitido todo o tipo de baldeação. Mas atenção: guarde o seu cartão com cuidado, porque você vai precisar dele para sair da sua estação de destino. É preciso fazer o mesmo reconhecimento no sensor, para passar pelas catracas de saída.

Não tem segredo, com o "diagrama da rede do metropolitano" lá em cima, você está pronto para desvendar a cidade. Divirta-se!

Mais informações: http://www.metrolisboa.pt/

terça-feira, 16 de junho de 2009

Baixa e Chiado

No meu primeiro dia em Lisboa, fui correndo para o Centro Histórico. Antes mesmo de o hotel liberar nosso quarto, eu estava lá, vagando pelas ruas largas de pedra portuguesa. Amanhecendo junto à cidade, na sua porção antiga.

De manhã, não vi turistas, só pessoas que seguem para o trabalho ou idosos agasalhados lendo as notícias nos bancos de madeira do caminho. A cidade acorda. O elevador de Santa Justa está quieto, assim como tudo ao redor. Os restaurantes estão fechados, mas há cafés com pães frescos e quentes à espera.









Mas quando eu terminei o meu passeio do dia, depois de ter visto outras áreas, eu voltei. Visitei de novo as esquinas, as janelas, as luminárias, quando a cidade anoitecia.

Pela noite, há mesas nas ruas calçadas de pedras lisas e brilhantes. Onde mais cedo o senhor lia seu jornal, há jovens conversando, rindo alto. Há grande movimento de turistas e portugueses. As lojas estão abertas, assim como os restaurantes, agora com seus cardápios à disposição. Mas se a vontade é de comer um pãozinho quente acompanhado de um café fresquinho, só isso mesmo...também tem.





Os casarões são de estilo neoclássico e compoem um dos primeiros projetos de urbanismo da Europa, idealizado pelo Marquês de Pombal, após o terremoto de 1755. Não há estações de metrô em meio às ruas, apenas ao redor da região. Mas não há problema, aceite o convite, caminhe, aprecie, admire. As ruas possuem disposição quadriculada, é fácil se orientar.

Não importa a hora do dia: os casarões e os longos caminhos entre eles tem a mesma magia. Ali, a cidade convida a não ter hora, a não ter pressa. Seu compromisso é passear em meio à história presente em cada construção, em cada pedra do calçamento. Leve o tempo que precisar, há muito para ver e mais ainda para sentir. Naquele cantinho da velha Lisboa, todo o tempo que durar sua visita vai ser pouco, perto do período que ela está ali, aguardando por você.