sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Alice na Paris das cinco noites - Parte 24



Tulio mora próximo a Montmartre e eu decido perambular por lá.

Despedimos-nos na calçada como os dois amantes que somos. Beijo longo, desavergonhado. Não somos franceses recatados, somos atirados, impulsivos. Oi? Eu também? Parece que sim.

Ele me relembra que vai viajar nesta tarde para uma festa de família na Itália. Repete que adorou me conhecer e que eu faço jus à fama das brasileiras de boas amantes. Estou-me-sentindo. Agradeço e retribuo todos os elogios, afinal, ele correspondeu a todas as minhas expectativas. Bom demais. 

Apesar da sensação boa, não me sinto presa. Talvez por tudo que me levou até ali, eu consegui me libertar e aproveitar o momento. Agora que o momento acabou, posso seguir meu caminho. Tulio é maravilhoso e um típico sedutor. Um cara tão atraente, se buscasse compromisso, já estaria casado e com uma penca de filhos, porque o que não falta é candidata a esta vaga, tenho certeza. Mas por enquanto, ele é de todas, isso é fácil perceber. Sortuda é aquela que consegue provar um pouquinho dessa doçura. Sortuda sou eu que pude experimentar o que ele havia de melhor para oferecer. 

Caminho pelas ruas imaginando o que as pessoas estão pensando quando me veem. Bobagem minha. Elas não me veem. Aqui, cada um preocupa-se com a sua vida. Ninguém se importa se minha roupa está muito arrumada ou se eu carrego um sorriso bobo no rosto, eu não sou problema de ninguém. Viva a indiferença europeia, muito bem vinda nesse momento.

Escolho um café e entro para comer alguma coisa. Alguma coisa, não, muita coisa. O vinho e o queijo de ontem já sumiram há muito tempo, pelo passar das horas e por todo o esforço praticado. Delícia de lembranças...espero  que me causem esse arrepio por muito tempo. Depois de comer vários pães e doces, acompanhados de um delicioso chocolate quente, ponho-me a andar novamente. Chego finalmente ao conjunto de lojas de souvenirs. Divirto-me escolhendo todo tipo de objeto que me lembre de que estive em Paris. Compro vários presentinhos e sigo adiante.

Eu pedi e fui atendida. Procurei ajuda no momento de descontrole e ela me deu o equilíbrio. Decido que é hora de agradecer e sigo para a igreja do Sacré-Coeur.

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