quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Alice na Paris das cinco noites - Parte 31



Durante a nossa conversa, ele mencionou que sempre pensou em voltar, tanto que não havia remarcado a volta para o Brasil. Não posso passar dez horas sentada ao lado de Jhonny. Na mesma hora lembro de toda reviravolta que me aconteceu nos últimos dias. Nada mais me preocupa com antecedência. Quando embarcar, darei um jeito.

Acomodo-me na cama, busco aconchego no travesseiro e durmo muito bem, sem sonhar, sem acordar no meio da noite, aproveitando o sono do equilíbrio.

Acordei cedo, hoje é domingo e o sol ainda não assumiu seu posto, o céu ainda está na penumbra. Permito-me ficar na cama de preguiça. Não devo nada à patrulha da cidade, conheci museus, igrejas, perambulei pelas ruas, experimentei vários restaurantes. Hoje, eu posso deixar meu passeio de despedida para mais tarde.

Tenho alguns biscoitos que comprei ontem, durante meu passeio em Montmartre e eles ajudam a passar a primeira fome do dia. Aprendi a me familiarizar com alguns programas e algumas propagandas da TV. Não é mais tão estranho assisti-la.

Eu cochilei, não sei por quanto tempo, quando a patrulha da cidade bateu na minha porta. Pelo menos foi o que eu pensei quando acordei sobressaltada com o barulho. Corri de pijama mesmo para abrir a porta e Alec, esbaforido, me avisou, falando pausadamente para não haver dúvidas, que Lucas estava lá embaixo.

Disse para pedir que ele esperasse, porque eu já ia descer. Meu leal ajudante balançou efusivamente a cabeça para cima e para baixo, deixando claro que o recado tinha sido entendido e já se virou para descer as escadas. Eu me arrumei, mas não muito. Precisava saber logo o que ele queria comigo, naquela manhã de domingo, depois de eu achar que ele já estava no Brasil. Será que alguém podia me dizer a verdade sobre a sua data de retorno ao Brasil?! Custava muito?

Cheguei lá embaixo com uma cara preocupada, embora as minhas olheiras habituais estivesses devidamente cobertas com uma pá de corretivo, cada uma, of course

Quando me viu, ele sorriu e me desarmou. Mesmo sem querer, acabei sorrindo também.

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