Os saltos machucam meus pés e fadigam minhas pernas. As
sacolas de presentes pesam uma tonelada. Minha cabeça está pesada de cansaço.
Sinto-me zonza, estou pensando em muita coisa ao mesmo tempo. Percebo meus
olhos pesando, querendo fechar.
- Eu... estou muito cansada. Eu preciso descansar...
- Vamos subir, a gente conversa melhor lá em cima...
- Não, Jhonny, a gente não vai subir. Eu vou subir para o meu
quarto, você vai arrumar outro lugar para ficar e depois a gente conversa.
- Cice, você quer que eu pague outro quarto? Que besteira é
essa?! Deixa eu tomar um banho pelo menos! Depois a gente resolve isso! Afe!
Deixa de ser assim, eu só quero me lavar... depois a gente pode almoçar...
- NÃO!
Calaram-se Jhonny, o recepcionista, o casal que saía do hotel
e todo mundo que passava na rua, naquela hora. A raiva me dominou e me deu nova
força. Nem naquele momento havia respeito, nem naquele momento ele podia
respeitar meu espaço ou as minhas necessidades. Ele estava errado e queria provar
que não estava só. Basta!
- Não, você não vai subir, você não vai se lavar e agora, eu
acabei de decidir, nós não vamos mais conversar! Você não vê o que fez? Você me
deixou sozinha, sozinha em outro país, sozinha na viagem romântica que eu havia
programado para nós dois. Você foi embora, partiu sem deixar notícias. E agora
você volta, querendo que tudo tenha ficado te esperando, aliás... como você
soube que me encontraria aqui?
- Eu liguei para o hotel e me disseram que você ainda estava
aqui...
- Enfim, nada ficou no lugar que você deixou... nada! Eu
estava disposta a te ouvir, para colocarmos um ponto final nessa história que
já estava acabada antes de a gente entrar naquele avião.
- O que é isso?! Não tem nada disso...
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