Acordei com uma mão passando
água morna na minha testa, enquanto outra segurava minha cabeça. O frio
estranhamente havia passado. Demorei algum tempo para entender que estava numa
sala, e tinha umas seis pessoas à minha volta. Alguém falava em português do
Brasil e dizia o meu nome com toda a
segurança. Levantei de um pulo para entender aquela cena melhor.
Depois dos apelos para que
eu ficasse calma e me sentasse, comecei a escutar.
- Você desmaiou no jardim. A
temperatura está muito baixa e acho que você ficou tempo demais lá fora. –
Adiantou-se uma mulher, parecia mais nova que eu e realmente preocupada.
- Er... talvez. Você me
acudiu?
- Sim, nós três passávamos
por perto quando você caiu. – Apontou para um casal encostado na parede.
- Aqui está sua bolsa,
pegamos para procurar seu cartão de seguro saúde e para vermos sua
nacionalidade e avisar ao pessoal da administração. Por coincidência, também
somos brasileiros. Está melhor?
- Sim, estou me sentindo
bem, obrigada. Desculpa o trabalho... – eu e a minha mania eterna de me sentir
um fardo para todo mundo.
- Que nada, fiquei
preocupada. Tem alguém aqui com você? Quer que chame alguém?
Meu estômago afundou de
novo.
- Não, eu vim sozinha.
Obrigada.
Levantei-me e agradeci ao
pessoal da administração que estava na sala. Garanti que estava tudo bem e que
tinha condições de voltar para o hotel sozinha, ao que um senhor perguntou em
inglês a um dos brasileiros se não podiam me acompanhar de volta a Paris.
- Não, não é preciso, eu
estou de bem de verdade. Além disso, já dei muito trabalho. – ah! Eu não
conseguia parar...
- Imagina, a gente já estava
de saída, mesmo - adiantou-se a outra
moça, ao que se juntaram os outros dois em coro.
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