Despeço-me do meu amigo recepcionista que sorri e gesticula,
às costas de Tulio, dizendo que vai ser maravilhoso. Tadinho! Ele torce mesmo
por mim. Sinto o peso da responsabilidade de ter que voltar com uma história
para contar no seu próximo turno. Pode deixar, amiguinho, não vou te
decepcionar.
Nos cumprimentamos e não há insegurança ou vergonha, como
aconteceu com Lucas. Tulio sabe o que está fazendo e eu não tenho mais nada a
perder. Tomei dois pés na bunda em Paris, em uma semana, sou uma guerreira.
Juntos, somos uma dupla vencedora.
Ele é muito gentil, me pergunta como foi meu dia e ouve com
atenção meu deslumbramento com a Torre Eiffel. Eu vou falando e seguindo seus
passos, sem fazer a menor questão de saber para onde estamos indo.
Ele lembra disso e me interrompe para me explicar: quer me
levar para um piquenique noturno. Sim, claro que topo, com certeza.
- Aprendi muito desde que cheguei, mas ainda tenho muito
caminho a percorrer. Por isso, vou te levar para conhecer o melhor pão da
cidade que, infelizmente, ainda não é o meu.
- Ele me conta sobre a competição que confere esse título e
como gera um frenesi nos padeiros, todos os anos. - Essa nunca ganhou o título o que, para mim, a torna ainda
mais especial, porque ela ainda não foi descoberta. É minha melhor baguette, ainda
que não seja a do resto do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário