Durante a nossa conversa, ele mencionou que sempre pensou em
voltar, tanto que não havia remarcado a volta para o Brasil. Não posso passar
dez horas sentada ao lado de Jhonny. Na mesma hora lembro de toda reviravolta
que me aconteceu nos últimos dias. Nada mais me preocupa com antecedência.
Quando embarcar, darei um jeito.
Acomodo-me na cama, busco aconchego no travesseiro e durmo
muito bem, sem sonhar, sem acordar no meio da noite, aproveitando o sono do
equilíbrio.
Acordei cedo, hoje é domingo e o sol ainda não assumiu seu
posto, o céu ainda está na penumbra. Permito-me ficar na cama de preguiça. Não
devo nada à patrulha da cidade, conheci museus, igrejas, perambulei pelas ruas,
experimentei vários restaurantes. Hoje, eu posso deixar meu passeio de
despedida para mais tarde.
Tenho alguns biscoitos que comprei ontem, durante meu passeio
em Montmartre e eles ajudam a passar
a primeira fome do dia. Aprendi a me familiarizar com alguns programas e
algumas propagandas da TV. Não é mais tão estranho assisti-la.
Eu cochilei, não sei por quanto tempo, quando a patrulha da
cidade bateu na minha porta. Pelo menos foi o que eu pensei quando acordei
sobressaltada com o barulho. Corri de pijama mesmo para abrir a porta e Alec,
esbaforido, me avisou, falando pausadamente para não haver dúvidas, que Lucas
estava lá embaixo.
Disse para pedir que ele esperasse, porque eu já ia descer.
Meu leal ajudante balançou efusivamente a cabeça para cima e para baixo,
deixando claro que o recado tinha sido entendido e já se virou para descer as
escadas. Eu me arrumei, mas não muito. Precisava saber logo o que ele queria
comigo, naquela manhã de domingo, depois de eu achar que ele já estava no
Brasil. Será que alguém podia me dizer a verdade sobre a sua data de retorno ao
Brasil?! Custava muito?
Cheguei lá embaixo com uma cara preocupada, embora as minhas
olheiras habituais estivesses devidamente cobertas com uma pá de corretivo,
cada uma, of course.
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