Sentada junto à janela do bistrô, com o almoço e uma taça de vinho, dá para ver a vida parisiense passar:
Passa a senhora apressada, com o casaco voando ao vento e os olhos no chão. Tinha ares de mãe de família, pensando nos afazeres que lhe esperavam.
Passa a mocinha bonita. Com suas pernas longas combinando a cor das meias com o suéter do cachorro, afinal, estava frio.
Passa o casal de namorados. Ah! Isso é tão Paris... beijinhos e cochichos a caminho da felicidade.
Passa o turista. Perdido, consultando seu mapa, procurando as placas, aéreo.
Passam as amigas conversando. O francês é rápido e pronunciado com força. Parece haver problemas com o marido ou seria o irmão? Não dá para saber. Seguem alheias a tudo à sua volta.
Passa a senhorinha. Carrega sua sacola de compras, com frutas e verduras. Quando vejo os idosos, sempre me pergunto: será que sempre moraram aqui? Quanto será que presenciaram da História?
Passa o casal de meia-idade no carro de luxo. Só mesmo alguém com muito dinheiro e com muito tempo e paciência ainda percorre de carro as ruas de Paris.
Passa o imigrante. Com suas roupas simples e o olhar curioso. A esperança vem logo atrás, na mesma calçada.
Passa a mocinha descolada. Aquela que vive Paris, nas roupas, no cabelo, nas unhas, no mp3 player. Ela tem sorte de ser de lá e sabe disso.
Passam as horas, passa o dia, passa o tempo. Só não passa a minha vontade de continuar em Paris.
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