terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Alice na Paris das cinco noites - Parte 20



Eu sei que há uma loja da C&A no Centro Comercial, no bairro de Montparnasse. A questão é saber onde. Vou perguntando pelo caminho, a transeuntes, aos atendentes das banquinhas de frutas e flores e vou descobrindo que a estação de Montparnasse Bienvenue é um mundo. Com alguma dificuldade, consegui chegar à loja. Decido por um vestido justo, de um azul bem escuro e muito bonito. Imagino a combinação com minhas meias pretas e meu sapato de salto fechado. Escolho também uma linda echarpe de outro tom de azul para quebrar o preto dos meus outros acessórios. 

Faço um lanche no café mais próximo e sigo de volta para o hotel, afinal, já dá para começar o ritual de beleza para a noite. Já me segurei tempo demais, chegou a hora de curtir o encontro e eu já estou ficando eufórica!

Marcamos às 17h e já são 14h. Compro uma garrafa do outro amigo que fiz nessa viagem: o Bordeaux. Tiro da embalagem o abridor e a taça que comprei especialmente para essa ocasião. Deixo para tomar a primeira taça depois do banho de banheira. Melhor não arriscar. Consigo descansar um pouquinho e perto das 19h consigo terminar de me arrumar, orgulhosa por não estar pronta desde as 17h30, como aconteceria algum tempo atrás.

Lembro que nesse horário, Lucas deve estar se dirigindo para o aeroporto, para voltar ao Brasil. Senti um calorzinho no meu coração ao lembrar do meu namoradinho de uma noite. Eu precisava daquele carinho para acalmar meu coraçãozinho e mostrar para ele que nem tudo estava perdido.  

Mando outra mensagem para meu pai, arriscando tudo e confiando que ele não faz idéia de que Jhonny já está em terras brasileiras há algum tempo. Digo que conheci a Torre e que andei pela cidade. Conto que vou conhecer a cidade à noite e que depois dou os detalhes. Reclamo da internet e do fato de não poder escrever longos e-mails. Ele me responde para não me preocupar. Diz que estão todos bem, mandando beijos e que espera que eu me divirta. Imagino minha mãe reclamando porque não ligo, e de meus irmãos se perguntando se eu já comprei as milhares de encomendas que me fizeram. Penso que não vai ser tão ruim voltar para casa, já estou com saudades.

Chego na recepção e já encontro um italiano ainda mais bonito do que consigo me lembrar. Ele combina com perfeição um casaco e um cachecol verdes. Seu cabelo está penteado com um pequeno topete esculpido com muita leveza, como se o vento que ele encontrou na calçada tivesse moldado. A calça é justa e me convida a imaginar o que há por baixo, me indicando coisas muito boas para pensar. Seu sorriso deixa toda a recepção mais clara. Sorrio também.

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